Conforme prometido, segue o nosso roteiro cervejeiro em Nova York, com dicas de Nova York certeiras sobre cervejarias e bares que você precisa conhecer.
Minha ideia é mostrar os lugares mais pops, os tesouros escondidos e também as verdadeiras furadas que entramos nessa viagem.
Você vai terminar esse post sabendo onde beber em Nova York com qualidade. Entre uma dica e outra, vou aproveitar para sugerir onde comer em NYC também.
Assim, quando você for fazer a sua viagem, do seu jeito, você vai ter elementos suficientes para decidir quais lugares merecem ou não a sua visita.
Neste post, iremos falar sobre as cervejarias que visitamos em Nova York. Você vai notar que todas, sem exceção, ficam na região do Brooklyn.
No próximo post, em que falaremos dos bares de cerveja artesanal em Nova York, ficaremos um pouco mais na região de Manhattan, a mais turística da cidade.
Dica mais importante de todas antes de começarmos: NÃO ESQUEÇA DE BEBER ÁGUA. TODAS AS CERVEJARIAS DISPONIBILIZAM ÁGUA DE FORMA GRATUITA. É MUITA IDIOTICE NÃO BEBER ÁGUA (SIM, EU ESQUECI DE BEBER ÁGUA ALGUMAS VEZES).
Antes, um resumo para você que está com um pouco mais de pressa.
Cervejarias visitadas:
Brooklyn Brewery (vale a pena)
Grimm (vale a pena)
Other Half (vale muito a pena)
KCBC (se sobrar tempo)
Three’s Brewing (se sobrar tempo)
Interboro (não vale a pena, a menos que você goste de ser destratado)
Cervejarias indicadas que não visitamos (ficaram para uma próxima visita):
Finback – Glendale, Nova York, NY
Industrial Arts – Garnerville, NY
Singlecut – Astoria – Nova York, NY
Transmitter Brewing – Long Island, Nova York, NY
Fith Hammer – Long Island, Nova York, NY
aLIC – Long Island, Nova York
Evil Twin Brewing – Ridgewood, NY (ainda estão em soft opening)
Cervejarias em Nova York
Brooklyn Brewery – A Fábrica da Brooklyn em Nova York
Onde: 79 N 11th St, Brooklyn, NY 11249, EUA
Na Brooklyn Brewery, cerveja boa não falta!
A Brooklyn é um caso de amor à parte e a visita à casa deles não me decepcionou em nada.

Lembro com clareza que quando eu e Lari começamos a beber cerveja artesanal, provamos uma Brooklyn Lager em um tap no Pub Escondido, em Copacabana. Gostei bastante.
Lembro também da Lari absolutamente encantada com uma Sorachi Ace, degustada no extinto Bier En Cultuur, que ficava escondido em uma galeria de Ipanema.
Então, para nós – eu com um copão cheio de Brooklyn Lager na mão – e a Lari com um de Sorachi Ace, estar lá na Brooklyn foi um momento muito especial.
Como é bom beber a cerveja que queremos sem se preocupar em dar check-in, ou postar em redes sociais.
Quando começou a tocar Weezer, uma das bandas que mais curto, seguido de The Shins, uma das preferidas da Lari, tivemos a sensação um pouco presunçosa de que naquele momento o mundo tinha parado para nos fazer um carinho.
Na verdade, desde antes de entrarmos, só de ver a cervejaria por fora, com a marca estampada na parede, até o momento que entramos – fomos recebidos por um aroma de malte matador – foram todos instantes de vida que valeram a pena se viver.

Depois, mandamos um flight “from the cellar” (cervejas envelhecidas em barril) e PQP! Não sei como tem gente que considera a Brooklyn uma cervejaria normalzinha.
O flight (régua de degustação) era composto por Black Ops, Hand and Seal, Capataz e K is for Kriek. Todas ABSURDAS!
A Black Ops, falem o que quiser, foi uma das melhores Imperial Stouts que bebi em toda a viagem.

Então, não caia na cilada de pensar que, por ter exemplares mais comerciais, a Brooklyn é uma cervejaria que não merece a sua visita.
Dica bônus: ao lado da Brooklyn há uma churrascaria no estilo texano, que tem uma das melhores costelas que já comi na vida. Chama-se Mable’s Smokehouse. Já o Brisket, não achei nada demais. Aposte na costela!
Other Half
Onde: 195 Centre St, Brooklyn, NY 11231, EUA
Essa cervejaria quase roubou da Lari o título de minha outra metade (tum tiss!).
A Other Half é uma cervejaria bem hypada, conhecida principalmente pela excelência na execução de suas receitas.
Lá bebemos as melhores cervejas da viagem e foi de onde voltamos com mais cervejas para casa.

Assim que chegamos, em um sábado ensolarado, havia fila para compra dos lançamentos da semana, que eram duas colaborativas com a J. Wakefield de Miami.
O mais hypado deles foi a Other Half Snowbirds 3, uma Imperial Stout com um pouco de tudo que você pode imaginar (macaroon cut coconut, coco queimado, canela, amêndoa, café colombiano e baunilha do Tahiti).
O outro lançamento foi uma Strong Berliner Weisse, com 7% ABV, adições de lichia, goiaba e coco: a Poolside.

A Lari é do time que gosta de provar mais variedades, enquanto eu sou do time que prefiro gastar um tempo bebendo uma mesma cerveja que gostei.
Os copos são servidos em 4oz (~120ml) ou 12oz (~360ml), sendo que o segundo custava o dobro do primeiro (em março de 2019 $4 o de 4oz e $8 o de 12oz).
Três vezes o volume por duas vezes o preço. Vale a pena naquelas que você mais gostar. Bebemos o copo grande de Snowbirds 3 e Triple Citra Daydream, as melhores do dia.

Foi na Other Half que conhecemos duas pessoas muito queridas. No primeiro dia, conhecemos o Larry, um mineirinho gente boa dimais da conta!
Já quando retornamos à cervejaria, em um outro dia, conhecemos o Alex, um local muito agradável com quem voltamos a nos encontrar em um mini bottle share que fizemos e que não terminou nada bem.
Já explico o porquê.
Confira o menu atualizado da Other Half aqui.
KCBC (se sobrar tempo)
Onde: 381 Troutman St, Brooklyn, NY 11237, EUA
Fomos à Kings County Brewers Collective (KCBC) por indicação de um brasileiro funcionário da Brooklyn.
O lugar é bem bonitinho, porém não é muito grande e, quando entramos, só havíamos nós dois e uma outra mesa ocupada.
O frio era intenso e não estava muito aquele clima para se beber. Acho que isso atrapalhou um pouco a experiência.
Provamos um flight, nada impressionou muito e seguimos viagem. Não gastamos mais de 45 minutos no local e não voltaria em nova oportunidade visitando a cidade.

Mas uma coisa que chama a atenção é a quantidade de belos graffitis e artes de rua na região em que fica essa cervejaria (Bushwick Collective).
Dica bônus: você pode fazer um walking tour guiado de graça pelos murais de Bushwick através do Free Tours By Foot. E também pode aproveitar a visa à região para ir à pizzaria Roberta’s, uma das mais famosas de Nova York (vale a pena, é boa mesmo!).

Three’s Brewing (se sobrar tempo)
Onde: 333 Douglass St, Brooklyn, NY 11217, EUA
Fomos à Three’s Brewing em um sábado à tarde, logo depois de visitarmos a Other Half.
Definitivamente não faz frente à Other Half, mas possui um “beer garden” bonitinho.
Achei mais parecido com um bar do que com uma cervejaria. Lá provamos uma bela German Pils da Suarez Family e ainda a Logical Conclusion, uma IPA bem gostosinha.
O lugar estava LOTADO e repleto de locais. Foi uma experiência bacana!
Interboro (não vale a pena, a menos que você goste de ser destratado)
Onde: 942 Grand St, Brooklyn, NY 11211, EUA
Foi na Interboro que combinamos com o Alex (aquele que conhecemos na Other Half) de fazermos um mini bottle share (apenas 2 cervejas, ambas da Finback).
Chegamos à cervejaria com expectativa alta; havíamos recebido uma indicação de confiança de que o local era um destaque da cidade.
Antes do Alex chegar, pedi auxílio ao bartender para compor uma régua de IPAs e Sours e já tomei uma primeira patada: ele respondeu de forma seca que a cervejaria não trabalha com Sours.
Como senti o clima não muito amigável, fiz minha seleção por conta própria peguei as cervejas e fui para mesa.

Enquanto estávamos bebendo, Alex chegou, nos cumprimentou e foi direto ao bar. Pegou um pour grande de uma das IPAs da Interboro e retornou à mesa.
Bebíamos e conversávamos, quando então o Alex mostrou as cervejas que havia trazido. Eram duas Finbacks Barrel Aged, ambas sensacionais.
Pedimos umas Buffalo Wings (bem gostosas por sinal) para acompanhar.
Perguntei ao Alex por que não servia o “último gole” das cervejas e ele respondeu que estava guardando para oferecer ao bartender.
Só que antes da gentileza, o bartender apareceu e disse algo do tipo “BONITO EIM, BEBENDO CERVEJA DE OUTRO LUGAR NO NOSSO BAR SEM ME AVISAR?”; Pegou as garrafas da mesa e jogou ambas fora (inclusive a própria dose que estava guardada para ele).
Fiquei indignado e fui perguntar pra ele qual era o big deal; ele disse que havíamos sido desrespeitosos de não comunicar ele previamente.
Perguntamos ao Alex se isso – de fato – violava a cultura local (afinal, poderíamos estar diante de um choque de culturas) e Alex respondeu que absolutamente não.
Inclusive, respondeu que tinha o hábito de fazer isso em diversas outras cervejarias e que nunca teve esse tipo de problema.
Por conta disso, não recomendo a Interboro para ninguém. Até porque, sinceramente, as IPAs não eram grande coisa.
Grimm Artisanal Ales
Onde: 990 Metropolitan Ave, Brooklyn, NY 11211, EUA
Depois de sermos destratados na Interboro, pudemos nos sentir em casa quando chegamos à cervejaria Grimm.
O ambiente é bem lindo, o atendimento é muito bom e as cervejas são sensacionais, com destaque para as Sours, mas sem fazer feio quando o assunto é IPA ou Imperial Stout.

Lá, bebemos a Blackberry Orange Pop! (Sour com amora, laranja e baunilha), Tesseract (Imperial IPA), Double Negative (American Double Stout), Icing on the Cake (Imperial Milk Stout), Camoufleur (Brett Saison) e uma Kveik IPA de nome Trylletein.
Ótima experiência, que nos fez querer levar para casa o copo que utilizamos para nossas degustação.
Ou melhor, compramos um novo, não foi exatamente aquele que utilizamos nas degustações, antes que você me entenda mal!

Confira o menu atualizado da Grimm Artisanal Ales aqui.
Bônus: Brooklyn Cider House
Onde: 1100 Flushing Ave, Brooklyn, NY 11237, EUA
A Brooklyn Cider House foi um feliz caso de serendipidade. A descobrimos caminhando pelas ruas de Buschwick, enquanto apreciávamos os graffitis da região.
Como o lugar tem uma bela fachada e nunca havíamos bebido uma cidra de qualidade, decidimos nos expor a algo que estava fora de nossa zona de conforto.
E como diz a bandeira ostentada na sala do nosso apartamento:

Iniciamos a experiência sendo extremamente bem recebidos pelo garçom, que demonstrava domínio sobre o tema e ainda curiosidade sobre a nossa cultura.
Pegamos um flight de cidras. Todas sensacionais!
Após falarmos que éramos brasileiros, o garçom chamou a Lívia, uma carioca que trabalhava lá.
A Lívia, outro amor de pessoa, nos apresentou ao “mestre-cidreiro” (é assim que se fala? Não, né?) Peter Yi, um apaixonado pelo mundo dos vinhos e – é claro – das cidras.

A paixão que Peter tinha pelos processos dava gosto de se ver. Ele nos explicou como as cidras eram feitas, nos demonstrou o ritual de serviço (que é bem coletivo, do jeito que ele curte) e ainda nos ofereceu degustações de cidras que envelheciam em barris enormes de madeira há pelo menos 3 anos.
Foi uma experiência incrível, dando um banho em várias cervejarias que visitamos. Por isso, considero imprescindível uma passada por lá (a nossa “passada” de tão boa que foi, acabou durando várias horas).
No próximo post sobre a nossa viagem, trarei uma lista de bares de cerveja artesanal que vistamos em Nova York. Fica ligado!